Shitty Day

Ao som de La Valse de L’Amélie de Yann Tiersen. Apenas com a luz do cigarro a arder. As lágrimas caiem-me, com a sensação de estar a viver tudo outra vez. Tudo do início. Um filme que me esforço tanto para esquecer e que roda, detalhe a detalhe, na minha cabeça. Novamente. Só que, desta vez, mais cansada. Esgotada. E sem forças para lutar mais. Cansada de acreditar. Cansada de ilusões. Cansada de sentir este aperto no peito. Desta vez, não há ilusões. Não tenho esperanças. Não tenho fé. Desta vez, só quero deixar de sentir isto. Só quero que isto passe. Mais nada.

Escrevi este texto deitada na cama às 2h da manhã. Depois de uma noite de pesadelos, acordei pela primeira vez na minha casa nova (o que devia ter sido uma coisa boa, mas não foi). Abri a janela e estava a chover, um tempo horrível. Olho depois lá para fora e, sem um tusto na conta, rebocaram-me o carro.

Estavam reunidas todas as condições para um dia de merda.