quarta-feira, 29 de abril de 2009

Para a Yang


Mude...mas comece devagar,
porque a direcção é mais importante
do que a velocidade.


Sente-se noutra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.


Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
passa.


Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.


Dê os sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.


Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.


Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.


Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.


Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.


Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor,
a nova vida.


Tente.
Procure novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.


Almoce noutros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão noutra padaria.


Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.


Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.


Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.


Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.


Deite fora os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.


Abra conta noutro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.


E pense seriamente em arranjar outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.


Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.


E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa,
se possível sem destino.


Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.


Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.


O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.


Só o que está morto não muda !


(Edson Marques - adaptado)


...With my life.

Fantástico...


As tonturas voltaram a acompanhar-me desde o minuto em que acordo.
Uau...Não há mais nada para contribuir para a merda em que já me sinto?

Dass!

domingo, 26 de abril de 2009

Se alguma mulher me faria virar lésbica...


Seria esta!



Sarah Shahi ou Carmen em L Word

sábado, 25 de abril de 2009

(Apenas) 35 anos de Liberdade


Há 35 anos um grupo maioritariamente jovem alcançou o que para o qual há anos trabalhavam: uma verdadeira Revolução. Revolução essa que nos permite agora dizer, escrever e falar aquilo que nos apetece. Foi graças a esse grupo de pessoas que podemos dizer tudo o que nos apetece na blogosfera.
Uma Revolução que, para a maioria das pessoas da minha geração, não passa de um texto com pontos que decoraram para passar nos exames de história. Uma Liberdade que temos como garantida e que desvalorizamos, todos os dias.
Tenho dito: Hoje já não há jovens assim. Com essa capacidade de luta. Com essa vontade de por os seus egoísmos em segundo lugar, em nome de uma causa, de uma sociedade melhor, de valores mais altos.
Tenho pena. Somos uma geração egoísta, cuja vida se constroi pelos bens que se adquire e pelo estatuto social que se alcança. Uma geração desinteressada da política, da sociedade, dos problemas do país. Uma geração que não se mobiliza, que não se junta, que se preocupa apenas com o seu umbigo.
Tenho pena. De não viver um dia como o de há 35 anos. De não termos a coragem que aquelas pessoas tiveram. Tenho pena de sermos uma geração sem garra, sem fogo, sem chama.
A todos esses que tornaram possível o dia 25 de Abril de 1974, um grande muito obrigada!

Chuif!


O meu lover foi hoje embora para uma semana em Miami. Pela primeira vez desde que estamos juntos, não fui com ele. "É só uma semana" disse eu. "Passa a correr, é uma estupidez ficares triste por isso. Até faz bem estarmos de vez em quando afastados e sentirmos saudades um do outro".
Mas hoje acordei com um vazio no peito. Um aperto de que me falta alguma coisa. A sensação estranha de um acordar solitário e ansioso. Pode parecer estúpido e ridículo, mas a verdade é que ele me completa, preenche uma parte mim. E já tenho saudades dele.

Ou seja, esta semana (em que estou de madrugadas) vou dormir muito, manter-me o mais ocupada possível, trabalhar o dobro, melgar ao máximo as minhas amigas e esperar que volte a ser sábado! :)

Fazes-me mesmo falta my lover!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Se eu fosse uma "Leading Lady" seria...


...a Bette Davis!

You can be a bitch and wear the title proudly! You can be forceful, sharp, inpatient, and combative, but you know what you like. You strive for success and being the best you can be. You're very independent and don't have patience for fools. Your motto: "I'll do it myself"


Uma cabra...e com orgulho! Gosto! É verdade, odeio totós e sonsas! Só por causa disto, a minha foto na blogosfera vai passar a ser a Bette!

Hoje...


...Acordei duas horas depois da hora em que devia estar a entrar no trabalho!

O bom é ter um coordenador que me diz quando chego "Não te liguei porque quis deixar-te dormir. Sei que estás sempre numa roda viva de horários e precisas de descansar."

É maravilhoso!! Que bom ter chefes assim! Eheheh!

quarta-feira, 15 de abril de 2009


Hoje estou triste. Pronto.

domingo, 12 de abril de 2009

Manual do Estagiário, precisa-se!

Eu juro que vou criar o "Manual do Estágiário". E até vou propôr à minha minha Kikes para o publicar lá da editora "dela", porque procura é coisa que não vai faltar!
Seria uma espécie de Bíblia de leitura obrigatória antes do início dos estágio na redacção onde trabalho, principalmente antes de começarem a fazer madrugadas.
Resumindo em apenas 5 pontos, seria mais-ou-menos uma coisa como esta:

Ponto nº 1 - Isto não é a escolinha. Não é uma sala de aulas, onde o objectivo é ensinar-te coisas.

Ponto nº 2 (e em sequência do anterior) - Os/as coordenadores/as da madrugada não são teus professores. Não estão aqui para te ensinar, nem para te avaliar. Para dizer a verdade, estão se bem a cagar para a tua evolução ou aprendizagem. Querem apenas trabalho feito para entrar em antena. Mais nada. Por isso, nada de "que tal me portei hoje?" ou "podes ver o meu texto a ver se está bem?", "podes vir aqui ver o que achas das imagens?". Limita-te a fazer as notícias pela ordem que te entregam, com o melhor que conseguires.

Ponto nº 3 - As notícias que te pedem para fazer não são para serem corrigidas e dar-te uma nota. São para ir para o ar. É essa a única finalidade de estares aqui: Para produzir notícias para entrar na antena, não para seres avaliado.

Ponto nº 4 - O coordenador das madrugadas ajuda-te quando puder e quando quiser. Repito: Não está aqui para te ensinar. Não tem obrigação nenhuma de o fazer. Para além do mais, já que és a única pessoa que tem na equipa para trabalhar durante a madrugada, é isso mesmo que ele espera de ti: Que trabalhes o mais possível, com a melhor qualidade possível e que chateies o menos possível.

Ponto nº5 - Usa a cabeça. Ela não serve apenas para usar ganchinhos ou bonés. Sabemos que estás habituado a empinar coisas nos míseros 3 anos que passaste na faculdade, sem teres de pensar de facto nas coisas, mas aqui é diferente. Isto é o mundo de trabalho, onde o estágio é o primeiro passo, e não o último da escola. Por isso, não faças perguntas cujas respostas são óbvias. Não te limites a traduzir um take da Reuters para português. Isso não é fazer uma notícia. Usa o cérebro, independentemente do seu tamanho. Pensa na notícia e na informação. A era dos resuminhos para estudar para os exames e das transcrições para trabalhos de faculdade, já era. Agora é preciso pores o Tico e o Teco a acordar. Se não percebes a informação, em vez de escreveres sobre uma coisa que não entendes patavina (e antes de pedires para te explicarem) faz uma pesquisa. Há agora uma coisa até bastante boa na internet chamada Google. Informa-te para poderes informar os outros. Afinal, essa é a essência do jornalismo. E esse foi o curso que tiraste...certo?

Sei que esta mini bíblia pode parecer um bocado bruta e intolerante para com os tadinhos dos jovens que estão a aprender. Eu também já fui estagiária. Eu também tinha dúvidas. Também precisava de aprender (e ainda hoje preciso). Mas tinha a clara noção que estava aqui para a trabalhar e não para chatear os outros.
Acreditem, ao fim de mais de 2 anos a levar com 2 estagiários diferentes por cada semana de madrugadas, a paciência chega a um limite quase insuportável! Ao ponto de pensar "como é que estes miúdos querem vir para jornalismo??". Ninguém nasce ensinado, pois claro. Mas há mínimos olímpicos! A grande maioria não está minimamente preparado para o mundo do trabalho. Lá está, encaram isto como a escola. Não têm noção da seriedade da coisa. Uma tendência que se agravou substancialmente desde que entrou em vigor o processo de Bolonha. Os estagiários são cada vez mais criancinhas.
E chega a um ponto em que já me apetece pegar neles e abaná-los pa ver se acordam! Não há pachorra!

P.S- Só durante o tempo em que escrevi este post, a fofa da estagiária dirigiu-me nada-mais-nada-menos do que 7 perguntas. E adivinhem quantas eram pertinentes??

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Será que vale a pena?

Ontem fui para as urgências do hospital. Por causa de umas tonturas terríveis que sentia (e que hoje continuam). No atendimento, a médica dizia-me "Está com um ar terrivelmente abatido. Se calhar está na altura de parar um bocado, não?". Acho que provavelmente ela tem razão.
Na véspera deste dia, ao final de mais uma madrugada (ao fim de 6 dias de trabalho seguidos e ainda a faltarem 4 madrugadas para entrar de folga), deitei-me na cama a chorar de tão cansada que estava. Ao longo de toda a noite perguntei-me "Será que esta merda vale a pena? Onde é que isto me vai levar?".
Não tenho um fim-de-semana há dois meses e não espero ter nas próximas semanas. Nunca mais estive com os meus amigos, nunca mais fui beber um copo, nunca mais fui a um jantar, nunca mais estive numa esplanada à tarde na amena cavaqueira com as minhas amigas. Nunca mais tive um fim-de-semana fora. O simples acto de chegar a casa ao fim de um dia de trabalho e poder deitar-me no sofá a ver um filme ou uma série qualquer, quase não existe para mim.
"Isto é uma fase que depois vai melhorar", já me disseram e já tentei enfiar em mim própria. Mas a verdade é que é uma fase que já dura há mais de 2 anos, que tem piorado nos últimos meses e que não há perspectiva de melhorar, pelo menos até ao final do ano.
Por causa de tudo isto, sinto-me cada vez mais sozinha. Acordo sozinha, passo o dia sozinha e vou trabalhar sozinha. As minhas folgas, passo-as sozinha (já que estou ao contrário de toda a gente). Por causa disto, acabei agora um tratamento de 6 meses para a depressão. Por causa disto, estou a fechar-me cada vez mais. A meter tudo para dentro. A sentir-me cada vez mais apagada. Por causa disto, estou a perder a energia que sempre tive, a alegria que sempre me caracterizou. Por causa disto, estou a tornar-me azeda, como já me disseram.
Pior ainda se pensarmos que, ainda para mais, não consigo chegar ao fim do mês com dinheiro. Que, para além disto (e desta merda de horários), tenho de trabalhar por fora para ganhar mais alguns trocos que me permitam sobreviver. Que me permitam sustentar-me durante um mês inteiro. Ir de férias para algum lado então, está fora de questão. Chegar à altura das minhas folgas e poder, pelo menos, dar a bela da fuga durante alguns dias, nem pensar.
E será que isto vale a pena?
Cada vez tenho mais a certeza que não.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Atrasada, mas...

Já há vários dias a Bubble Mind atribuiu-me mais um miminho que eu adorei e ainda não tinha tido tempo de retribuir, mas cá vai!
Como já tinha dito, é sempre lisonjeador quando alguém que gostamos nos faz um elogio...Obrigada! ;)

Vai já aqui para o canto!

Parabéns Gde Migazinha!!!!!!!!!!!!!!

Hoje (ou melhor, ontem) a minha Grande Migazinha fez anos. São já 27. Ainda ontem andava de fraldas...Buáaaaa!!! E fico cheia de alegria por passar, mais uma vez, esta data com ela. E por continuar a acompanhar e a fazer parte da sua vida.

E hoje apercebi-me: O tempo passou. Muita coisa mudou. A cantar os parabéns, pela primeira vez na casa dela, onde vive com o namorado (snif, snif....já está casada a minha migazinha!!), percebi: Muita coisa mudou.

Quando nos conhecemos, éramos duas jovens estudantes (giríssimas, claro!), a fazer noitadas de trabalhos e estudo, e outras tantas a apanhar grandes bezanazinhas madrugada dentro. Éramos alegres, bem-dispostas, gozonas, não pensávamos no dia de amanhã, curtíamos o dia-a-dia...tínhamos "o mundo da mão"!

Com ela, vomitei belos cachorros em cima das minhas botas, fiz perseguições, passei 4 horas de plantão em frente a um prédio na expo, arrastei-a para noites de hip-hop em dias de semana, curti programas estranhinhos como se não houvesse amanhã, fiz estágios de praia, matámos melgas assassinas, tirámos fotos com chinese pijama. À falta de Sudoeste, curtimos Nordeste com o gde Cabezinho. Com ela, apanhei boleia de estranhos, às 7 da manhã, podre de bêbada, depois de (como de costume) ela me ter arrancado dos braços de um cromo qualquer.

Vivemos juntas a primeira depressão de cada uma de nós. Vivemos os primeiros problemas, as dificuldades, os obstáculos. Chorámos, gritámos, reclamámos juntas. Estamos hoje um bocado mais tristes, sem dúvida. Mas estamos mais reais, mais verdadeiras e mais próximas uma da outra.

Parabéns Migazinha!! Adoro-te e tenho orgulho em te ter como a minha GRANDE MIGAZINHA!


P.S - Estou à espera da minha Pequena Migazinha...!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Há Semanas Assim...

Esta semana tem sido atípicamente atribulada. Começou na segunda-feira, depois de um fim-de-semana de trabalho, quando, na altura em que acordo, não consegui abrir os olhos. Literalmente. Tinha as pestanas de cima colada às de baixo por uma grande camada de remelas secas. Depois de conseguir abrir os olhos e arrancar umas quantas pestanas, lá me olho ao espelho: Ahhhhhhhhhhh!!! Os meus olhos pareciam os do Roger Rabbit mas com uns quilos de remelas a mais. Razão: Conjuntivite. A parte boa foi que, já que ninguém consegue apresentar jornais assim, saquei uma folga inesperada. Depois disso foi non stop. Dias inteiros na redacção e, hoje que devia estar de folga, cheguei a casa às 10h da noite...
Vá lá que amanhã estou mesmo de folga! E é bom que aproveite bem...Segue-se depois um fim-de-semana a entrar às 5h da manhã, seguido de 7 madrugadas a trabalhar, conjuntamente com uma reportagem que ainda tenho de planear, escrever e editar.
Se eu não disser nada nos próximos 15 dias, é porque já estou no Julio de Matos a marrar contra as paredes almofadadas!